3.01.2011

Um medo de nao se ter a quem sentir

Este é o medo da vida. É o medo de quem tem sentindo o que venho sentindo. Estou acariciando meus vícios com luvas de camurça. Estou perdendo meus sentidos pela vontade de não te-los. Bebo um whisky pensando em você. Bebo uma mentira que contei. Outras duas verdades que escondi. Guardei quem sou pra ninguém ver. Sou assim corriqueiro pra quem conhece o que é viver. Estou desistindo de imitar a sua vida, coisa que nunca quis. Eu quero ser a pessoa normal com quem quero me casar quando tiver 32.

Quero ter as coisas que você tem na mesa da cozinha. Quero te jogar na colcha que ganhamos de nossos amigos. Quero manchar o tapete da nossa sala. Não da minha. Quero manchar com o vinho que compramos juntos. Antes de brigar por tinto ou branco. Quero me escrever no convite do teu casamento, logo depois do "e". Eu sou essa feridinha sofrida que nunca sara, mas que você sabe cuidar. Os problemas estão em estancar o sangue que escorre do que eu cismo em lembrar. Em usar como referência das coisas que eram minhas. Porque agora são nossa. E o medo de ter dois pronomes transformados em um é imenso. Mas a vontade de te ter ao meu lado ganha certa vantagem quando penso que não sei se os motivos são certos. Assim mesmo. Do avesso.

Eu só penso em estar me divertindo enquanto te tenho. Ou te ter enquanto me divirto. Eu não sei direito a ordem das coisas que desejo. E minhas prioridades estão obviamente invertidas quando comparadas ao que eu quero. Preciso mudar minha linha. Preciso pegar meu caminho. Quero que traces meu mapa. Eu preciso de alguém pra me guiar. Não sou bom em seguir sozinho. Não desiste de mim. Este é um pedido sincero. Não há confusão.