8.14.2007

o insensível

Não posso dizer que estou contente, mas estou feliz com o tempo que estou comigo. Não passo mais nada que não acredito, minto e omito. Dislexo. Assim sem a certeza de que pode ser. Perdi a inspiração e agora corro atrás do que deixei. Não fico triste, não, mas parece que tive que trocar a inspiração pelo sentir-se bem. Nunca pensei que poderia me ver como me vejo agora. São estados sólidos, embora temporários, eu sei, mas aproveito cada segundo como se fosse o último de uma safra boa. Não de boas coisas, mas de bons sentimentos que me cobrem, da cabeça aos pés. Sinto-me vivo, não por pouco. Estou. Descobrir-me dentre as coisas que estavam perdidas na minha gaveta é um sentimento que só pode ser descrito assim, sem muito nexo. Eu não entenderia completamente o que quero dizer se não tivesse dito. É viver ou não sentir. Mas aqui estou.

Tenho dias que sinto que o mundo irá explodir em cores vivas de muita coisa que desconheço. Como uma avalanche de novidades boas, embora elas nunca cheguem, elas estão em algum lugar. Acho que é isso que eu nunca entendi. E acho que seu nome é "esperança". Sempre a neguei. Não gosto de esperança. Mas essa atmosfera inebria os meus sentidos e eu não tenho muito controle sobre, e pra falar a verdade, me parece que não quero ter. É bom. Tem que ficar.

Me sinto, e só. Por quanto me basta, já que nada mais tenho pra esperar que possa ser ainda melhor.