8.24.2007

who I used to be?

Às vezes tenho sérias dúvidas se cresci. Eu sei que é um mundo maravilhoso, só não consigo senti-lo nesse momento. Quero pensar que o passageiro não dura, mas então fico, de repente, desolado pela possibilidade dos momentos bons também serem de mesma natureza. Quero sentir-me vivo, não vegeto, mas minha mente sim, ela, sempre ela. Não consigo pensar direito porque minha capacidade de autonomia tropeça seguidamente nas coisas que penso. E demoro a me re-erguer. Sou fraco muias vezes e finjo. Sou quieto porque discutir não funciona nem comigo mesmo. Minha discussão é vaga, é infla-ego sem motivo. E eu ainda a faço. Não consigo juntar as minhas partes que estão por aí nesse exato momento. Mas eu vou.

Agora só tento lembrar quem eu costumava ser.

Bad friday, that's not a good thing to happen. Eu quero voltar.

8.14.2007

o insensível

Não posso dizer que estou contente, mas estou feliz com o tempo que estou comigo. Não passo mais nada que não acredito, minto e omito. Dislexo. Assim sem a certeza de que pode ser. Perdi a inspiração e agora corro atrás do que deixei. Não fico triste, não, mas parece que tive que trocar a inspiração pelo sentir-se bem. Nunca pensei que poderia me ver como me vejo agora. São estados sólidos, embora temporários, eu sei, mas aproveito cada segundo como se fosse o último de uma safra boa. Não de boas coisas, mas de bons sentimentos que me cobrem, da cabeça aos pés. Sinto-me vivo, não por pouco. Estou. Descobrir-me dentre as coisas que estavam perdidas na minha gaveta é um sentimento que só pode ser descrito assim, sem muito nexo. Eu não entenderia completamente o que quero dizer se não tivesse dito. É viver ou não sentir. Mas aqui estou.

Tenho dias que sinto que o mundo irá explodir em cores vivas de muita coisa que desconheço. Como uma avalanche de novidades boas, embora elas nunca cheguem, elas estão em algum lugar. Acho que é isso que eu nunca entendi. E acho que seu nome é "esperança". Sempre a neguei. Não gosto de esperança. Mas essa atmosfera inebria os meus sentidos e eu não tenho muito controle sobre, e pra falar a verdade, me parece que não quero ter. É bom. Tem que ficar.

Me sinto, e só. Por quanto me basta, já que nada mais tenho pra esperar que possa ser ainda melhor.

8.08.2007

das histórias que contei pra mim - parte 1

Vamos conversar comigo mesmo? Quem sabe o que eu devo dizer? Não se pode pensar duas vezes antes de fazer o que se tem medo, porque o que se faz por impulso é original, não tem pecado nenhum, ou tem. O que eu penso de mim mesmo pode não importar, mas a verdade é que importa, sim. Eu às vezes acho que não sei quem sou, não me sinto como um todo nem fazendo parte de algo. Sou apenas um pedaço de alguma coisa que quis acontecer, mas não deu certo. Sinto. Sinto muito. Sinto demais e às vezes, ou muitas vezes, isso acabada me matando pelos pés. Começa por baixo e logo come meu pescoço, me deixo todo sem eu por dentro, sem mim, sem ser o que eu quero ser, ou o que eu deveria ser. Se for que deveria ser alguma coisa.
Não sinto que posso, mas sei que não sou o que posso, nem quero ser o que não sou. Sou confuso e estou te confundindo, apenas pra me confundir ainda mais no final, que já não é final porque está no meio, teve início. Sim, não estou completamente são nem em poder de todas minhas faculdades mentais, por isso escrevo, escrevo porque foi o que me restou do mundo, não me basta ser o que eu sou, essa metade de algo, portando invento calafrios, invento sentimentos pra poder viver sentindo e fazendo de conta que vivo.
Preciso me condicionar a ser o que sou sem me sentir tão nada. Porque sei que sou. Sou algo, embora não seja completo, sou algo que existe, caso contrário não seria eu e não estaria a escrever que não sei quem sou.
Eu não posso brilhar, nem mentir para os outros sobre o que quero. Minha cara nunca convence e eu estou, sim, em crise existencial. Talvez seja por isso que não sei quem sou. Porque quero a todo o tempo ser tão intenso no que sinto, faço-ou-digo? Posso ser apenas meio termo, assim como sou. Talvez essa coisa seja necessidade de ser completo, então sou intenso pra me completar num todo. Coisa estranha essa coisa de viver, ao certo nem sei se vivo. Talvez eu esteja morto, e os mortos, vivos. Os mortos vivos e cheios de vida, talvez isso seja a morte, doída, seca, descolorada. Deixa-me escrever descolorida? Descolorida, pronto, escrevi. Algumas coisas que quero, eu faço. Preciso fazer só para me sentir um pouco pela metade bem do nada me faz mal. Não sei, não sei de tudo o que escrevo, às vezes o que escrevo é maior que eu, ao menos parece ser.

[continua em algum momento da minha existência...]