12.24.2005

angels

Prior Walter: Eu sempre dependi da bondade de estranhos...
Hannah Pitt: Bem, está aí uma coisa estúpida a se fazer...

12.23.2005

se...

Se não era amor, era da mesma família. Pois sobrou o que sobra dos corações abandonados. A carência. A saudade. A mágoa. Um quase desespero, uma espécie de avião em queda que a gente sabe que vai se estabilizar, só não se sabe se vai ser antes ou depois de se chocar contra o solo. Eu bati a 200 km por hora e estou voltando á pé pra casa, avariada.

Eu sei, não precisa me dizer outra vez. Era uma diversão, uma paixonite, um jogo entre adultos. Telvez este seja o ponto. Talvez eu não seja adulta o suficiente para brincar tão longe do meu patio, do meu quarto, das minhas bonecas. Onde é que eu estava com a cabeça, de acreditar em contos de fada, de achar que a gente muda o que sente, e que bastaria apertar um botão que as luzes apagariam e eu voltaria a minha vida satisfatória,sem seqüelas, sem registro de ocorrência? Eu não amei aquele cara. Eu tenho certeza que não. Eu amei a mim mesma naquela verdade inventada.

Não era amor, era uma sorte. Não era amor, era uma travessura. Não era amor, eram dois travesseiros. Não era amor, eram dois celulares desligados. Não era amor, era de tarde. Não era amor, era inverno. Não era amor, era sem medo. Não era amor, era melhor.

Ser feliz para sempre é aceitar com resignação católica o pão nosso de cada dia e sentir-se imune a todas as tentações, então é deste paraíso que quero fugir. Não estou disposta a inventar dilemas que não existem, mas quero reencontrar aqueles que existem e que foram abafados por minha vida correta.

Tenho medo de não conseguir manter minhas idéias, meus pontos de vista, minhas escolhas. A minha cabeça é como um guarda que não permite que eu estacione em local algum. Eu fico dando voltas e voltas no meu cérebroe quando encontro uma vaga para ocupar, o guarda diz: circulando, circulando... Você está me entendendo? Eu não tenho área de repouso. Raramente desligo, e quando isso acontece, não dá nem tempo para o motor esfriar. Não é por outra razão que estou aqui tentando colocar ordem nessas ideías que vivem em trânsito. Não chego a temer a loucura, no fundo a gente sabe que ninguém é muito certo. Eu tenho medo é da lucidez. Tenho medo dessa busca desenfreada pela verdade, pelas respostas. Eu me esgoto tentando morder meu próprio rabo. Quando estou acostumando com uma versão de mim mesma, surge outra, cheia de enigmas, e vou atrás dela. Tem gente que elege uma única versão de si próprio e não olha mais para dentro. Esses é que são os lunáticos. Eu, ao contrário, quase não olho para fora.

(Martha Medeiros)
deixa, se fosse sempre assim quente
deita aqui perto de mim
tem dias que tudo está em paz
e agora todos os dias são iguais

se fosse só sentir saudade
mas tem sempre algo mais
seja como for
é uma dor que dói no peito
pode rir agora que estou sozinho
mas não venha me roubar

vamos brincar peto da usina
deixa pra lá, a angra é dos reis
por que se explicar se não existe perigo?

senti seu coração perfeito batendo à toa
e isso dói
seja como for
é uma dor que dói no peito
pode riri agora que estou sozinho
mas não venha me roubar

vai ver que não é nada disso
vai ver que já não sei quem sou
vai ver que nunca fui o mesmo
a culpa é toda sua e nunca foi
mesmo se as estrelas começassem a cair
e nos queimasse tudo ao redor
e fosse o fim chegando cedo
e você visse o nosso corpo em chamas

deixa pra lá
quando as estrelas começarem a cair
me diz, me diz pra onde é que a gente vai fugir?

(Angra dos Reis, Legião Urbana)

12.21.2005

um passo pra trás

já estudei em todo lugar
aprendi a ensinar
a mentir pra mendigar
fiz meus planos todos tolos
querendo mil consolos

minha vida sempre intensa
recebi primeiras promessas
todas elas com segundas intenções
já fui tolo e fui esperto
meu segredo é ser sincero
minto pra me esconder
acho que sou o que não quero ser
se for destino tudo bem
se for um plano que seja de outrém
fora o que me resta
tudo o que tive consumi
a vida inteira procurando
maneiras de sumir

se for só pra pensar
que pense em mim
seja tudo o que me atrai
faça um jogo, conte histórias
as verdades sempre são contraditórias
não existem enganos sem um plano
quando posso me aproximo
sinto frio e arrepio
quem leva o peso de um coração
vou me livrar dos maus momentos
quem sente sempre tem um perdão

quero que você fique aqui comigo
a noite não promete salvação
são as coisas que acontecem
sou a medida da loucura
querendo a alma pura
vou me isolar de tanto medo
já não vale a pena ter segredos
acho que nem eu mesmo
me contento por inteiro
sou desconexo

12.20.2005

coração partido pode doer tanto quanto uma ferida física

Washington - Um coração partido por um amor não correspondido pode provocar tantos danos ao centro de dor do cérebro quanto uma ferida física real, afirma um estudo científico recente. Pesquisadores da Califórnia descobriram bases fisiológicas de dor social ao examinarem cérebros de pessoas que pensaram ter sido premeditadamente excluídas de jogos de computador por outros competidores.

Naomi I. Eisenberger, cientista da Universidade da Califórnia em Los Angeles e principal autora do estudo a ser publicado na edição de amanhã da revista especializada Science, afirmou que a pesquisa sugere que a necessidade das pessoas de serem incluídas socialmente é parte inerente do significado do ser humano. "Tais descobertas destacam quão importante é nossa necessidade de conexão social", declarou. "Há algo sobre a exclusão que é percebido como danoso para nossa sobrevivência, como algo que pode nos ferir fisicamente, e nosso corpo percebe isso automaticamente", explicou.

Eisenberger e outros pesquisadores criaram um jogo de computador no qual as pessoas examinadas acreditam estar jogando bola com outros competidores. Em um determinado momento, os outros jogadores parecem excluir a pessoa examinada, fazendo-a acreditar que foi inesperadamente rejeitada e não pode mais continuar jogando com o grupo.

A surpresa e a angústia da rejeição foram registradas na mesma parte do cérebro onde é percebida a dor física, afirmou ela. "É a mesma parte do cérebro ligada aos problemas de dor física, a parte do cérebro que realmente nos incomoda", afirmou. Com base em sua pesquisa, Eisenberger alega que qualquer tipo de exclusão social - como um divórcio, não ser convidado para uma festa ou ser rejeitado em uma conversa ou encontro - pode provocar danos à mesma região do cérebro.

o fim do verão tropical

Vento novo, flores e cores
Fim do verão tropical
Novos ares, novos amores
Tudo volta ao seu estado normal
Sou feliz e trago as provas
Nos meus olhos molhados
E vejo a vida tão diferente...

(A Inocência do Prazer, Cazuza)

12.19.2005

bate na Barbie que resolve, oras...

Crianças gostam de torturar Barbies, diz pesquisa
(da BBC, em Londres)

A boneca Barbie é normalmente objeto de tortura das crianças, segundo uma pesquisa feita por uma equipe da Universidade de Bath, na Inglaterra, e divulgada na edição desta segunda-feira do jornal britânico The Times.

Os métodos de mutilação são variados e criativos, incluindo arrancar cabelos, decapitação e queimaduras. Algumas bonecas são inclusive colocadas no microondas e têm suas pernas e braços removidos.

A pesquisa foi realizada como parte de uma análise da influência das marcas na vida de crianças de 7 a 11 anos.

A intenção dos estudiosos não era ter a Barbie como foco, mas eles levaram um susto ao constatar a rejeição, o ódio e a violência manifestados pelas crianças quando elas respondiam perguntas sobre o que achavam da boneca.

Atos de tortura contra a boneca foram repetidamente relatados por crianças de todas as idades envolvidas no estudo, de todos os sexos e em diferentes escolas.

Nenhum outro brinquedo ou marca provocou uma reação tão adversa.

Especial

"Normalmente se espera que meninas adorem a Barbie. Mas elas sentem ódio", disse Agnes Nairn, uma das pesquisadoras, ao The Times.

"As crianças não têm uma única Barbie, uma Barbie especial. Elas têm uma caixa cheia delas. As Barbies não são especiais, elas são descartáveis. A Barbie se tornou um ser inanimado. Ela não é mais vista como uma pessoa, uma amiga."

Pesquisas anteriores sobre violência contra Barbies nos Estados Unidos sugeriam que meninas adolescentes destruíam a boneca porque ela as faziam lembrar da vida adulta em um momento em que as jovens ainda estavam apegadas à infância. Mas Nairn disse que não encontrou sinais disso.

Ela também descartou a idéia de que meninas acima do peso tinham ciúmes da Barbie.

"A idade certa para se ter uma Barbie parece ser 4 anos, mesmo se o estilo da boneca não seja para crianças dessa idade", disse a pesquisadora.

"you cannot find peace by avoiding life"

"Eu lembro de uma manhã, logo ao amanhecer... havia aquele sentimento de possibilidades, sabe, aquele sentimento? E eu lembro de ter pensado comigo mesmo... 'este é o começo da felicidade, é onde começa... e é claro que sempre vai haver mais...' nunca me ocorreu que aquilo não era o início, aquilo era a felicidade... era o momento, exatamente ali."

- Clarissa Vaughn, "The Hours".

we are a part of a circle...

and there's a shadow in the sky
and it looks like rain
and shit is gonna fly once again

...

hey, man we look at each other with ample eyes
so why not some time to discover what's behind your eyes?
I've got so many questions that I want to ask you
I'm so tired of mirrors... pour me a glass of your wine...

...

I look at myself in the mirror... am I vital today?

...

and I don't want your ambivalence no more
no, I don't want your ambivalence no more...

12.15.2005

cansasso traz stress emocional

estou quase de olhos fechados de tão cansado...

"I can buy you oh yeah, but I can't make you do what you don't... but I can't make you love me... I can't make you care... what price can take me there? [...] But I bet a life is with me you belong..."
I Can Buy You, A Camp.

12.14.2005

perpetualidade do amor na infinitude desconfiança de amar um ao outro

E então, tirou-se a pensar sobre o amor, e como fazia de tudo uma coisa tão tola, mas tão tola que mal sentia a importância dos sentimentos, ou do que sentia ser.
- Não há nada mais que apaixonar-se? E amar pela primeira vez? Porque todos os amores seguintes não chegam a plenitude do primeiro? Será que a insegurança de amar novamente e ver tudo escorrer pelas mãos não o faz forte o bastante para que enfrente tudo de novo a fim de sentir aquela imensa plenitude de sensações que é estar apaixonado completamente? Não terei, então, uma segunda chance? Que injusto me faço ao pedir o que eu mesmo posso me dar, liberando-me do que me prende ao passado e deixando com que sonhe com o futuro a minha frente. Só sei disto, que preciso me livrar do tempo e aprender a me largar de novo em queda livre rumo ao teu coração. Mas sei que sinto.

12.08.2005

Deus é 10! KKKKKKKKKKK

É por isso que eu sou fã de Deus e adoro drogar Jesus... Acho que deus tem o melhor senso irônico do mundo!... DEUS É 10! KKKKKKK

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Quinta, 8 de dezembro de 2005, 17h08
Argentina morre rezando esmagada por vitral


Uma mulher que rezava ajoelhada na catedral da cidade de Catamarca, na Argentina, morreu esmagada, nesta quinta-feira, quando um vitral se desprendeu do teto e caiu sobre ela. Outras três pessoas ficaram feridas.

O acidente comoveu centenas de fiéis que chegavam à cidade para celebrar amanhã o dia da Virgem do Vale - padroeira de Catamarca. O bispo do local pediu o fechamento temporário da igreja.

A catedral foi construída em 1869 e é um dos templos católicos mais importantes da Argentina. Só a parte central da igreja mede 58 metros e sua cúpula, mais de 42 metros.

se minha alma fosse você

as vezes meu medo é distante
eu sinto que nada pode me fazer mudar de idéia
porque sempre eu, eu e eu?
sou só eu, não penso pelos outros
minha mania sem vergonha se irrita ao me assistir
minhas maneiras singelas de ficar meio aqui, meio lá
estou dividido, estou partido
o que eu sinto, entao? sinto por dois!

porque os ventos de lá cismam em soprarem aqui?
porque tudo o que não faz parte da realidade de nós dois, ainda existe?
eu não sei ao certo, mas tenho poucas desconfianças
sou um cara largado, com medo do espaço em que me encontro
se eu posso te ver, outros podem tocar, outros podem convencer
eu vivo de mim mesmo, embora quase sempre morrendo pelos cantos

[break, não vejo continuação pra esse... ¬¬]

marcas do travesseiro de penas colorido

talvez quando eu acordei foi que notei
que a vida tinha começado um dia antes de eu descobrir os porquês
não pude me contentar com respostas sem nexo

me fiz de sensato pra caber em tua loucura
não se pode entender o que não se quer saber
se for assim que é feito, é feito apenas pra viver

eu acordei talvez, um dia eu acordei
perceber que a vida estava a minha frente era apenas um passo
não queria enxergar todas as cores que me deram pra ver
se eu fosse cego, talvez quisesse muito mais
mas não, eu sempre fui sincero
eu juro, não minto

mas as perguntas que aparecem
e as respostas que se fazem
essa doce loucura de sentir-se vivo não sai da minha cabeça
e esse perigo intenso de estar vivo, só por medo da morte... me deixa assim

não sei se sinto, ou se percebo, mas estou ficando um pouco confuso
embora confusão me traga esperanças de enxergar luz
talvez seja o excesso de coisas certas
talvez seja apenas um rio de insanidade
ou a sanidade que me faz mal, por ser, de natureza, insano

somos todos iguais, minhas ilusões completam as tuas
não posso me fazer de espírito quebrado, não posso me fazer de forte
só posso me fazer daquilo que sou, ou tentar não ser pra te preencher

minhas folgas de vida, todas lúcidas
e minhas fugas estranhas trazem um cheiro de peste
não me dizem o quanto nem qual, mas fazem mal

sinto que estou em um rio de correntezas profundas
e eu, livre

(ultimas duas frases descaradamente "inspiradas" em Clarice Lispector)

12.01.2005

there's a blind man looking for a shadow of doubt.

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